Autoestima | Reconhece o Teu Valor
Olá, sejam bem vindas a esta leitura, onde partilho semanalmente ferramentas de autoconhecimento e saúde holística, que nos permitem viver os nossos ciclos de Mulher, de forma integralmente saudável.
Esta semana, iremos aprender outra ferramenta, para cultivar mais amor nas nossas vidas.
Como vimos anteriormente, não existe nenhuma outra forma de amor que não seja o que nos damos a nós mesmas em primeiro lugar.
Acredito que não somos capazes de aceitar, respeitar, confiar no que a vida nos reserva, sem começarmos por nos aceitar , respeitar e confiar em nós mesmas tal qual somos.
A semana passada falámos de autocuidado , esta semana vamos falar de autoestima.
Estimar - significa acarinhar, valorizar, apreciar.
Ao longo destes muitos anos de trabalho, com os ciclos de mulher, no campo de saúde física, mental e emocional, pude comprovar que muitas das mulheres que atendo, seja no Programa de Autoconhecimento, seja nos eventos e programas de grupo que facilito, não se valorizam ao ponto de gostarem de si mesmas, acima de tudo e todos.
Aliás, é bem comum, nem se questionarem da importância de se acarinharem, ou apreciarem integralmente, a não ser que entrem em colapso físico, mental ou emocional.
Vou-te contar a história da Amélia., nome fictício de uma Mulher real de 36 anos que acompanhei por mais de 3 meses, em sessões individuais.
A Amélia chegou a mim, após ter colocado baixa, por dores abdominais intensas, que a impediam de trabalhar.
Tinha sido diagnosticada com SOP, síndrome de ovários polícisticos.
Era casada, há mais de 15 anos, mas vivia insatisfeita com a sua perda de libido.
Com uma filha a entrar na adolescência que exigia bastante da sua atenção.
Na sessão de apresentação, falámos de prioridades, e rapidamente percebemos que ela se tinha esquecido de cuidar e valorizar a si mesma, há muito tempo.
A filha era a sua maior prioridade, o casamento vinha em segundo lugar, depois a sua carreira, que ocupava muito mais de metade do seu tempo, depois a família próxima, mãe, pai e irmã, e no meio disto tudo não havia tempo para ela mesma.
Resgatámos amor próprio através de um trabalho profundo de resignificação de lealdades sistémicas;
Observámos as crenças construídas ao longo da infância;
Mudámos os hábitos alimentares;
Aceitámos o tempo sem trabalhar, como uma oportunidade única para despertar os propósitos da mulher incrível que existia dentro de si;
Praticámos meditação, fizemos sessões de vaporização do útero, para limpeza de memórias ancestrais, praticámos a filosofia do yoga, e quando foi novamente ao médico, todo o quadro clinico tinha mudado!
A cura estava a acontecer e era bem visível.
Iniciou formações nas áreas que mais sonhava, estabeleceu novamente uma relação prazeirosa com o seu marido, ocupou o seu lugar enquanto filha e irmã, delegou funções e passou a ser a sua maior prioridade.🤍
Conto-vos a história da Amélia, para que tenhamos noção de onde chegamos quando nos esquecemos de nós mesmas.
Existem vários motivos para perdermos a autoestima, mas as formas mais comuns refletem-se pela maneira como nos relacionamos, íntima e socialmente tendendo a aceitar a opinião dos outros como mais importante que a nossa.
Deixem-me dar alguns exemplos:
- quando nos dizem que estamos mal vestidas, e vamos mudar de roupa;
- quando criticam o nosso trabalho e ficamos magoadas,
- quando alguém desvaloriza o nosso esforço e ficamos ressentidas;
- quando nos dizem diz que deveríamos ser diferentes e fazemos de tudo para mudar,
- quando nos dizem que deveríamos fazer algo de forma diferente, e mesmo que não seja bom para nós, fazemos.
Por agora não vou aprofundar, o que acredito serem as causas desta falta de autoestima, estamos apenas a constatar factos, para podermos encontrar soluções que nos façam reconhecer o nosso próprio valor.
Outro facto sobre a autoestima nas mulheres, é que ela aumenta com a idade.
Estudos da organização mundial de saúde, na área da psicologia e saúde mental, trazem dados estatísticos que indicam que as adolescentes têm muito menos autoestima que as mulheres com mais experiência de vida.
Todas iremos concordar, com a ideia, que as mulheres com mais idade, são mais experientes porque adquiriram mais conhecimento ao longo da vida.
Assim sendo, é razoável pensar que quanto mais cedo começarmos a trabalhar na área do autoconhecimento, mais cedo iremos dar valor a nós mesmas.
Pensemos no autoconhecimento como um amanhecer, quando o sol nasce ilumina tudo ao nosso redor, assim é o autoconhecimento, traz-nos consciência sobre quem somos e quanto mais cedo essa luz, consciência, surgir nas nossas vidas, mais cedo podemos valorizar cada parte de nós mesmas.
No entanto, para conhecermos cada parte de nós mesmas, não podemos ignorar a nossa natureza, não podemos desvalorizar e ignorar que passamos por fases diferentes ao longo dos nossos ciclos menstruais e ciclos de vida.
A verdade é que não podemos valorizar o que não conhecemos, e se não conhecemos a nossa ciclicidade não podemos, de forma nenhuma afirmar que nos conhecemos.
Para conhecermos os nossos ciclos detalhadamente, precisamos de estar em conexão com quem somos de corpo e alma, e uma das formas mais profundas que conheço que nos permite esta conexão é através da filosofia de vida, do yoga.
Para quem não sabe, sou praticante e professora de yoga (ver a minha história ), e depois de tantos estudos, formações e aprendizagens, foram sem dúvida os ensinamentos do yoga que me permitiram aumentar a autoestima.
Isto aconteceu, porque passei a ter mais foco e clareza mental, o que fez com que me tornasse uma mulher mais confiante, mais segura e muito mais capaz de ocupar o meu lugar no mundo.
Se não praticam yoga, talvez estejam a perguntar-se como é que fazer posturas esquisitas pode aumentar a autoestima.
Mas deixem que vos diga, que o yoga é muito mais do que fazer posturas no tapete!
É um caminho de autoconhecimento e transformação profunda que pode levar à descoberta da nossa verdadeira essência; e quando descobrimos essa essência não há outra escolha, se não amarmo-nos cada dia um pouco mais.
Quando comecei a praticar yoga, antes de me tornar professora, aprendi o yoga no tapete, e lembro-me que um dos primeiros ensinamentos que me passaram foi sobre a importância de sermos gentis connosco mesmas e de nunca ultrapassarmos os nossos limites, aprendi também que todos os dias eram diferentes, que o meu corpo respondia de formas diferentes consoante eu me sentia mais alegre ou mais triste, mais confiante ou mais desmotivada.
Com a prática aprendi a escutar o meu corpo, e a respeitar as suas mensagens a cada postura, a cada sequencia de movimentos, este processo aumentou a minha consciência corporal e a aceitação de mim mesma, a cada instante.
Fui-me afastando, das ilusões de quem deveria ser, e aceitando quem já era com amor e compaixão.
A prática de yoga inclui pranayamas , e lembro-me que ao início era difícil ficar focada no momento, com o tempo fui praticando cada vez mais, e atualmente é uma das formas mais imediatas que me permite baixar estados de ansiedade e stress, ultrapassando de forma completamente diferente os momentos mais desafiantes, do dia a dia.
Com os anos de prática, e posteriormente com a formação que fiz para ser professora de yoga, comecei a perceber até que ponto tinha mudado o que acreditava sobre mim mesma e sobre a vida em geral, tornei-me muito mais realista, desapegada e resiliente.
Quando juntei à prática de yoga os ensinamentos que tinha sobre os ciclos de mulher, aí sim, foi a cereja sobre o bolo; senti-me cada vez mais válida, e capaz de dar mais valor ao caminho incrível que tinha percorrido para chegar onde cheguei e ser quem.
Enquanto professora de yoga, acredito que o corpo da mulher, precisa de fluidez e gentileza, bem mais que o corpo do homem, somos por natureza puro movimento, viajamos a cada ciclo entre momentos de expansão e momentos de introspeção, para não falar da nossa dança de hormonas que muda totalmente as potencias em nós.
Para mim não fazia sentido, que praticássemos sempre a mesma modalidade e as mesmas posturas, por isso adaptei as minhas práticas e as que facilito, a um ritmo cíclico onde oscilamos entre praticas mais intensas de energia masculina, e práticas mais suaves de energia feminina, ao ritmo dos ciclos da lua, para que possamos experimentar, no corpo e na mente, a liberdade da nossa natureza cíclica.
Gostava de vos dizer, o quanto a pratica diária de yoga é benéfica nas nossas vidas, mas acredito que a melhor forma é experimentarem, nem que seja por apenas 15 minutos por dia.
Sei por experiência própria, de mais de 10 anos como praticante, e mais de 3 como professora, que é uma das melhores formas de aumentarmos a nossa autoestima, e acredito que se experimentarem irão chegar a resultados surpreendentes.
Para vos motivar, na próxima live semanal, irei trazer algumas posturas de aumento de confiança e coragem, que podem fazer a diferença imediata na vossa vida, no que diz respeito ao valor que dão a vocês mesmas, e claro que as posturas que vos vou ensinar são bem simples de aplicarmos no nosso dia a dia, nem de tapete vais precisar.
Espero como sempre que este texto vos ajude a viver em maior harmonia.
Amor e Gratidão
Su