Insatisfação no Feminino
Olá, sejam bem vindas a esta leitura semanal, onde partilho convosco ferramentas para uma vida naturalmente cíclica e integralmente saudável.
Esta semana, vamos falar do terceiro tema, da série de temas, que prometi escrever ao longo do mês de Julho.
Já falamos da culpa e da comparação, esta semana falo-vos sobre a sensação de insatisfação, que existe em nós mulheres.
Qualquer um destes temas serve o propósito de resignificarmos emoções, que habitam em desequilíbrio o inconsciente colectivo feminino.
Pensem comigo:
Quantas mulheres conhecem, que se sentem insatisfeitas?
Seja em relação à vida ou aos seus corpos imperfeitos;
Ou pela insatisfação existente nas suas relações íntimas, nas suas relações sociais ou profissionais?
Pois é! Praticamente todas!
A insatisfação deveria ser um motor instintivo para permanecermos em segurança nas nossas vidas.
Aqui vos deixo 3 exemplos, de como esta insatisfação, nos regia no início dos tempos:
- Se tivéssemos pouca água nas nossas terras, teríamos de procurar mais recursos para que não nos faltasse.
- Se tivéssemos tido um ano de pouca colheita de alimentos, estaríamos insatisfeitas e precisaríamos de procurar cultivar mais no ano seguinte.
- Se não tivéssemos lenha suficiente para cozinhar, teríamos de caminhar um pouco mais para a encontrar.
Assim sendo, a origem desta insatisfação levar-nos-ia a fazer o possível para nos mantermos em segurança, e com o necessário para viver .
No entanto, não é nestes tempos, nem nestas condições, que a grande maioria de nós vivemos.
A maioria de nós temos mais do que suficiente para viver e, ainda assim, parece uma constante esta sensação de nunca ser suficiente.
Na minha opinião, vivemos uma época de consumismo absurdo, em que nos culpabilizamos (link do artigo sobre culpa no feminino) e comparamos (link do artigo comparação no feminino) de tal forma, que não conseguimos sentir satisfação em ser quem somos, e ter tudo o que já temos.
Hoje em dia, qualquer uma de nós produz dez vezes mais para a sociedade, que as nossas antepassadas o fizeram, produzimos tanto que nos encontramos em total excesso e sobre exploração do planeta e seus recursos naturais.
Mas ainda assim o grau que nos é pedido, pela sociedade capitalista, é tão elevado que competimos arduamente, dia após dia, para conquistar mais e mais, sem nunca estarmos verdadeiramente satisfeitas.
Esta é sem dúvida uma das principais razões de nos sentirmos insatisfeitas, vivermos na ilusão que precisamos de muito mais para sermos respeitadas, valorizadas, prósperas.
No entanto acredito que a nossa insatisfação vai bem além desta produção massiva que a nossa sociedade nos impõe, pois somos nós quem escolhemos a vida que queremos ter.
E isto é um facto, quero consigamos ver ou não.
Então, se estar insatisfeitas depende de nós, como é que aqui chegámos?
O caminho foi longo, deixámos de ter fé na vida, na essência criadora que nos guia e ilumina passo a passo no caminho.
Perdemos a noção do que significa vir à terra experimentar ser humano, vivenciar um corpo cíclico de mulher.
Queremos corpos perfeitos, e vivazes todos os dias, queremos vidas perfeitas e encantadas, maridos e companheiros perfeitos capazes de adivinhar o que esperamos deles
Queremos filhos perfeitos que cheguem aos lugares a que não chegámos, trabalhos perfeitos que mostrem o nosso calor, casas perfeitas cheias de conforto e facilidades, e por aí vai.
Queremos perfeição em tudo o que somos e fazemos, o que nos faz perder totalmente a noção de que não existe tal condição na humanidade.
A insatisfação é mais uma condição coletiva, que nos afasta do verdadeiro sentido da vida, que na minha opinião se baseia em três aspetos fundamentais:
- Apreciação consciente de tudo o que somos,
- Gratidão por todas as experiências que escolhemos vivenciar
- Fé nos desígnios das nossas criações
Afinal, somos nós as únicas cocriadoras das experiências da nossa vida, para o bom e para o mal.
A vida não acontece de forma injusta ou errada, ela é tal qual ela é.
Eu vejo-a apenas como um estágio de experiências que podemos resignificar para encontrarmos a mais elevada versão de amor.
Sabendo que o amor cabe em todo o lado, também sei que enquanto assim não o vivermos, enquanto negarmos, rejeitarmos, julgarmos, competirmos, será extremamente difícil vivermos o que de mais magnífico a vida reservou para cada uma de nós.
Vivermos insatisfeitas, é exatamente o oposto de vivermos conscientes de que a vida é profundamente abundante em todas as suas faces.
Seja na sua face brilhante ou na sua face escura a vida é repleta de amor.
Encontrarmos este amor por nós mesmas é o grande segredo para conseguirmos expandir o nosso melhor a cada instante.❤
Por último, deixo uma proposta de autoconhecimento, através da prática de auto observação, para usarem ao longo desta semana.
Tira tempo para observar em que situações te sentes insatisfeita, ao longo dos dias, sente o que essa insatisfação te traz, observa como te sentes com essa insatisfação, e escreve tudo o que te chegar ao pensamento, sem critica ou julgamento.
Ao longo da semana irei deixar caixas de perguntas, lá na minha conta do Instagram , para poderem partilhar as vossas insatisfações e podermos falar sobre elas na nossa LIVE SEMANAL de 5f às 21h.
Espero, como sempre. que este texto vos ajude a viver com mais harmonia e equilíbrio.
Amor e Gratidão ❤🙏
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