Começa por ti
Não sabes por onde começar? Começa por ti.
Sê muito bem-vinda ao conteúdo deste blog, onde aprofundo ensinamentos de yoga e práticas de autoconhecimento, que te ajudam a criar uma versão mais saudável e consciente de ti mesma.
Na semana passada, partilhei convosco o que se esconde por trás de adiarmos continuamente mudar o que precisa ser mudado, priorizando começar por cuidar de nós mesmas.
Esta semana, iremos compreender porque digo, que para começar uma mudança, seja em que área for da nossa vida, precisamos começar de um único lugar.
Em nós mesmas.
Queres mudar tudo e acabas sem mudar nada
Quando sentimos que precisamos mudar, é muito comum querermos resultados de uma só vez.
Colocamos no pacote da mudança, tudo: mais exercício, comer melhor, parar de procrastinar, meditar todos os dias, organizar a casa, sorrir mais, trabalhar menos, cuidar mais de nós, e tudo isto de uma vez só.
A grande questão com estas expectativas tão elevadas, é que elas são irreais.
Sempre que queremos que tudo seja diferente o mais rapidamente possível, a pressão que exercemos em nós é ainda maior.
Pensamos estar a inverter o sentido da nossa vida para algo melhor, mas na verdade estamos a usar os mesmos argumentos que nos trouxeram ao lugar que já não nos serve.
Com tanta exigência, com tanta face de nós mesmas a precisar de mudança, acabamos por ficar paradas — sem saber por onde começar, o que é verdadeiramente prioritário, o que devemos escolher.
Neste quadro de expectativas, acabamos sem forças para dar sequer o primeiro passo.
E, é aqui que surge algo que conhecemos tão bem: a ansiedade, a culpa, a vergonha - o abuso emocional que exercemos sobre nós mesmas, sem nos darmos conta, repetindo frases como:
"Toda a gente consegue, porque é que eu não consigo?"
Não consegues, não porque não és forte, ou preguiçosa.
Não consegues, porque exiges de ti uma mudança, a partir de um lugar de total desconexão contigo mesma.
Provavelmente, identificas-te com a crença que ser mulher é ser forte, é enfrentar as lutas diárias para poder ter sucesso.
Mas, e, se não for verdade?
E, se esta versão for o resultado do que escutaste ao longo da vida, de gerações de outras mulheres, que vieram antes de ti, que precisaram de ser fortes para sobreviver a qualquer custo (qual é o teu maior sucesso).
E, se a tua missão for atenuar o sofrimento, pelo qual estas mulheres passaram.
Será que vale a pena fazer igual?
Não vale a pena fazer igual!
Precisas fazer e ser diferente, para curar as feridas emocionais que ainda habitam o teu corpo somático de dor ( o que o teu corpo diz sobre ti).
O corpo: o lugar onde tudo começa
Mas como fazer e ser diferente, quando não sabes por onde começar?
Começa pelo corpo, pela sua sabedoria inata.
O teu corpo, envia-te mensagens continuamente, para que possas viver em equilíbrio, seja através do desconforto que é a ansiedade, o cansaço, a frustração, a irritabilidade, as dores físicas.
Estar presente no corpo é uma forma de escuta profunda.
É como se abrisses espaço para que as respostas possam surgir — sem esforço, sem fórmulas mágicas.
Respirar em consciência, moveres-te em total presença, ajuda a que consigas escutar os pensamentos repetitivos que crias a todo o instante sem mesmo te dares conta – estas são as chaves para te conectares contigo mesma, e saberes o que de facto é prioritário na tua mudança.
E, é por isso que o yoga, é a ferramenta que precisas, se queres alcançar uma mudança consistente e duradoura.
O yoga convida-te a estares presente no aqui e no agora, o que te permite estar presente em ti mesma, sem expectativas, sem pressão, sem vontade de conquistar algo que não exista dentro de ti.
Quando estás bem por dentro, tudo muda ao teu redor!
Como já sabemos, a nossa percepção da realidade é profundamente influenciada pelo nosso estado interior.
"O que vemos lá fora é um reflexo do que está cá dentro"
Por isso, quando nos sentimos ansiosas, ou cansadas, tudo parece confuso e difícil de resolver.
No entanto, o cansaço e a ansiedade, são formas que o nosso corpo tem de comunicar connosco, são formas de compreender que precisamos de começar de uma vez por todas a cuidar de nós de uma maneira totalmente diferente da que temos vindo a usar.
O corpo não chega a um estado ansioso, por acaso.
Com certeza que antes de chegar a este estado, o teu corpo tentou avisar-te de forma mais subtil, que o rumo que estavas a seguir não te levaria a bom porto.
Mas, como provavelmente ignoraste as primeiras dores de cabeça, de costas, de irritabilidade, de falta de apetite, de desanimo, de insónias; o corpo não tem outro remédio que ir a sensações mais profundas, para te fazer parar e te "obrigar" a colocar em causa a forma como estás a viver.
Por isso digo tantas vezes em mentoria, e nos programas que facilito.
"Se não te dá prazer, se te causa desconforto, põe em causa a forma como fazes o que estás a fazer."
Esta semana, na sessão de mentoria da Carla que me procurou por; sentir que não estava a ser uma boa mãe, que acorda todos os dias exausta, cheia de dores de pescoço e de costas, sem forças para mudar, sem saber como mudar mesmo sabendo que nada está como ela precisa.
Conversámos para que a Carla pudesse assumir a responsabilidade pelos seus pensamentos, sentimentos e comportamentos que a levavam a dar tanto aos outros, em não saber dizer não e colocar limites que a pudessem fazer sentir bem consigo mesma.
A Carla, repetia ao longo da sessão: "toda a gente sabe que eu estou exausta e ninguém me ajuda, só me pedem é mais. E, eu não sei porque não digo que não. Eu sei que a culpa é minha, mas não sei como mudar."
Juntas concluímos que a razão que leva a Carla a se sentir exausta, sem paciência para as filhas, a aceitar mais e mais trabalho, era o medo da rejeição.
Este medo era tão inconsciente que ela sozinha não conseguiria compreendê-lo.
Mas, quando observámos a forma como as mulheres da sua linhagem se comportaram a servir os outros, sem cuidar delas mesmas; a forma como ela cresceu a trabalhar tanto para poder provar que valia a pena ser respeitada; compreendemos o que se estava a passar.
Ela estava a repetir padrões ancestrais por lealdade, ela estava a agir do lugar da sua infância, com medo de não ser amada.
São estas tomadas de consciência que nos permitem mudar, porque nos fazem perceber que se não aprofundarmos a escuta do nosso corpo, da nossa mente, acabamos por repetir padrões que muitas vezes precisam de ser interrompidos, para que possamos viver de forma saudável.
Começar por ti, não é ser egoísta.
Sem responder às tuas necessidades, não há como responder a necessidades exteriores, de um lugar equilibrado.
Só quando escolhes escutar o teu corpo, observar o que a tua mente te diz, é que passas a ter condições físicas, mentais e emocionais para te doares em verdade.
O poder de um pequeno recomeço
No yoga, aprendemos que tudo começa na forma como estamos presentes naquilo que fazemos. Na forma como respiramos. Na forma como habitamos o corpo.
No Yoga físico, ásanas, tudo começa com a percepção de como estamos a movimentar o corpo. É neste estado de presença que abrimos espaço para: dissolver as tensões que acumulamos; libertar as emoções que reprimimos, e silenciar o ruído mental, de um lugar amoroso e compassivo para connosco mesmas.
O yoga, permite ao corpo aceder a estados mais calmos e coerentes, onde finalmente conseguimos sentir o que se passa com mais clareza.
Quando te entregas a uma prática consciente, como a aula de yoga e autoconhecimento que te ofereço - para processos de mudança — estás a alterar o teu campo vibracional, informando o teu corpo e a tua mente que é possível te sentires presente, mesmo quando tudo parece tão confuso e difícil.
Dar permissão a ti mesma, para estares presente no teu corpo, ignorando as oscilações da mente é o primeiro passo para que a ansiedade perca terreno.
Começar a criar dentro de ti, o ambiente que tanto procuras fora, faz-te compreender que afinal não há outro lugar para começar a tua mudança, senão em ti mesma, na escuta atenta do teu corpo e da tua mente.
Sequência de enraizamento - começar em ti
Para integrares tudo o que leste até aqui, convido-te a ires ao tapete praticar um pequeno momento de presença em ti.
Um movimento consciente e suave, que te permita acalmar a mente, escutar o corpo e abrir espaço dentro de ti.
Sequência de Yoga
- Sukhasana — Postura fácil (sentada)
- Senta-te confortavelmente no chão ou numa almofada, com as pernas cruzadas.
- Coloca as mãos em concha junto ao ventre, palmas viradas para cima.
- Fecha os olhos, inspira profundamente pelo nariz e expira lentamente pela boca, durante 5 ciclos de respiração.
2. Flexão à frente (em Sukhasana)
- Na inspiração, eleva os braços ao céu.
- Na expiração, inclina o tronco para a frente, deixando as mãos pousarem o mais longe possível do teu tronco, se possível no chão à tua frente.
- A cada inspiração caminha com as tuas mãos para a frente, a cada expiração relaxa e solta um pouco mais o peso da cabeça, relaxa os ombros.
- Quando sentires que chegaste ao limite, fica aqui por 5 respirações lentas, sentindo o teu corpo entregar-se ao chão.
3. Flexão na diagonal (direita e esquerda)
- Com o tronco baixo, caminha com as mãos ligeiramente para o lado direito, alongando o lado esquerdo do tronco.
- Mantém por algumas respirações, volta ao teu centro e depois caminha para o lado esquerdo, alongando o lado direito.
- Este movimento suave ajuda a abrir espaço entre as costelas e acalmar o sistema nervoso.
4. Regresso ao centro
- Volta ao centro lentamente.
- Inspira, caminha com as mãos para perto dos joelhos, elevando o tronco. Expira, solta as tensões e na próxima inspiração eleva novamente as mãos e os braços ao céu. Expira, traz as mãos ao centro do peito em Anjali Mudra (gesto de oração).
- Fecha os olhos. Observa como te sentes agora.
Momento de Reflexão
Depois da prática, reserva uns minutos em silêncio, com o teu caderno.
Abre o teu caderno e responde:
Que pequeno gesto posso oferecer-me hoje, como sinal de que começo por mim?
Se quiseres, escreve também uma frase de compromisso contigo:
- "Hoje escolho começar por mim, sem culpa, sem pressa, em total entrega e presença."
Começar por ti – um presente da vida
O mundo à tua volta, pode até continuar caótico.
Mas, a forma como te sentes no meio do caos depende do espaço que crias dentro de ti.!
Quando começas por ti, não é o mundo que muda — és tu quem começa a movimentar-se de forma diferente, criando mais leveza, clareza e confiança.
"Não podes parar as ondas, mas podes aprender a surfar."
A aula gratuita de yoga e autoconhecimento – para processos de mudança – é bem mais que um momento para relaxar, é um espaço onde podes começar agora a mudança que tanto precisas.
Queres começar agora?
Acede à aula e sente como é começares por ti.!
Se este artigo, despertou em ti a vontade de começar, não deixes de o partilhar com outras mulheres.
Com Amor
Su