Como Libertar Peso Emocional
Bem-vindas a este espaço de partilha, de ensinamentos de yoga e práticas de autoconhecimento, que nos ajudam a criar versões mais saudáveis e conscientes de nós mesmas.
O Convite à Limpeza Interna
O final do inverno convida-nos a um momento de limpeza interna, integrando de forma consciente toda a introspeção feita ao longo destes últimos tempos (ver últimos artigos).
Tal como organizamos a nossa casa para a chegada da primavera, também devemos aproveitar estes últimos momentos de frio para preparar o nosso espaço interno.
Para isso, precisamos libertar espaço, deixando ir emoções reprimidas, crenças limitantes e padrões, que já não nos pertencem.
Este é um passo essencial para caminharmos pela vida com mais leveza e autenticidade.
O Corpo Somático de Dor e a Necessidade de Libertação
Talvez se estejam a perguntar, para que serve libertar peso emocional?
A medicina integrativa ensina-nos que as emoções não processadas ficam armazenadas no nosso corpo.
O que identificamos como stress, ansiedade, tensões musculares, cansaço ou desconfortos pode ser, na verdade, uma somatização de feridas emocionais.
Tudo o que o nosso corpo expressa é reflexo do que pensamos e sentimos, como nos ensinam vários terapeutas de saúde integrativa, como:
Lise Bourbeau, que afirma que cada dor física pode estar ligada a uma ferida emocional não curada, ressaltando a importância de reconhecer e liberar essas emoções.
Deepak Chopra, que explica que o corpo armazena memórias emocionais e que a autoconsciência e as práticas integrativas são fundamentais para a libertação dessas emoções retidas.
Gabor Maté, que enfatiza que o corpo somático de dor resulta de emoções reprimidas desde a infância, muitas vezes associadas a traumas que o sistema nervoso não conseguiu processar.
Assim, sintomas físicos recorrentes podem ser manifestações dessas emoções não expressas.
Por muito que queiramos evitar o que sentimos, na realidade, se não resignificarmos as emoções que nos pesam, criamos bloqueios energéticos, que impactam a nossa vitalidade e bem-estar, deixando-nos mais cansadas, desequilibradas e desconectadas de nós mesmas.
Aprender a libertar essa carga emocional é essencial no processo de autoconhecimento, pois é o que nos traz a consciência necessária para criar novas versões de nós mesmas, mais leves e de bem com a vida.
Na nossa última live , explorei exatamente este tema e facilitei uma meditação de libertação emocional.
Se participaram, podem aproveitar as práticas a seguir para aprofundar este processo.
Caso não tenham conseguido estar presentes, estas técnicas vão ajudar-vos a criar um momento especial de autocuidado e renovação emocional.
A Relação Entre as Ancas e as Emoções
A região das ancas é um dos principais locais de armazenamento de memórias emocionais no corpo.
Segundo Liz Koch o músculo psoas, localizado profundamente na região das ancas, está diretamente ligado ao nosso sistema nervoso central e à resposta de luta ou fuga.
Quando vivemos experiências de stress, trauma ou repressão emocional, a tensão pode ficar acumulada nessa área, resultando em rigidez, desconforto ou dor crónica.
Bessel van der Kolk, explica que traumas não processados ficam registados no corpo, e muitas vezes são expressos em regiões específicas como as ancas e o abdômen.
Isso acontece, porque essas áreas estão conectadas ao sistema límbico, responsável pelas nossas emoções mais profundas.
Além disso, as ancas representam simbolicamente o nosso centro de estabilidade e movimento.
Quando guardamos emoções não resolvidas, podemos sentir dificuldade em avançar na vida, seja física ou emocionalmente.
Por isso, liberar essa região através do movimento consciente pode ter um impacto profundo no nosso bem-estar.
As mulheres, em especial, tendem a armazenar traumas e emoções herdadas da linhagem ancestral nesta região, carregando bloqueios que muitas vezes não pertencem apenas a elas, mas a toda uma história familiar.
Este é um dos temas que trabalhamos na primeira semana do programa de autoconhecimento que facilito, ajudando a reconhecer e soltar padrões emocionais que já não servem.
Práticas de Libertação Emocional
Deepak Chopra ensina, que através do yoga podemos aceder e libertar memorias emocionais de forma suave, mas profundamente eficaz.
Desde que comecei a trabalhar com mulheres e aprendi a importância de reconhecermos as emoções que nos pesam, que ao me tornar professora de yoga passei a integrar nos meus trabalhos práticas de libertação emocional.
Neste artigo, decidi partilhar convosco 3 dessas práticas, para que possam experimentar por vocês mesmas os benefícios.
- Yoga para Libertação Emocional
As duas posturas que vos recomendo, são posturas que ajudam a libertar emoções armazenadas nas ancas, região do corpo que, como vimos anteriormente, guarda tensões relacionadas a experiências passadas.
Antes de começarem, aqueçam os vossos punhos, joelhos e tornozelos, com alguns movimentos rotativos.
Iniciaremos, na posição de Quatro Apoios Bharmanasana, esta postura é a base para muitas transições, permitindo que o corpo se prepare para os movimentos de alongamento das ancas.
Para quem não conhece, aqui fica a explicação:
- Coloca-te de joelhos e mãos no chão, alinhando os pulsos sob os ombros e os joelhos sob as ancas.
- Os dedos indicadores, devem ficar a apontar para a parte curta do tapete, e os dedos das mãos devem ficar bem abertos.
- Mantém a coluna neutra e respira profundamente algumas vezes, sentindo a estabilidade da posição.
Postura do Pombo Eka Pada Rajakapotasana
- A partir da posição de quatro apoios, leva o joelho direito em direção à mão direita e estende a perna esquerda para trás.
- Apoia os antebraços ou deita o tronco à frente, relaxando sobre a perna dobrada.
- Respira profundamente, permitindo que a tensão se dissolva a cada expiração.
- Permanece por 1 a 2 minutos e repita do outro lado. Esta postura alonga profundamente os flexores da anca e os músculos externos da coxa, ajudando a liberar emoções reprimidas associadas a esta região.
Postura da Guirlanda Malasana
- A partir da posição de quatro apoios, leva um pé para fora da mão correspondente e depois o outro, ficando de cócoras.
- Une as palmas das mãos em frente ao peito e pressiona levemente os cotovelos contra os joelhos.
- Respira profundamente, alongando a coluna e abrindo as ancas.
- Permanece por 1 a 2 minutos. Esta postura fortalece os músculos das pernas e estimula a mobilidade da anca, promovendo uma sensação de enraizamento e conexão com o corpo.
2 Movimento de Libertação Ativa
- Fica em pé, com os pés afastados na largura dos ombros.
- Começa a balançar suavemente o corpo, soltando os braços e as pernas.
- Expira profundamente e vai aumentando a intensidade dos movimentos, sacudindo o corpo espontaneamente.
- Continua por 1 a 2 minutos e finaliza parando gradualmente, sentindo o efeito no corpo e na mente.
Este movimento livre, de escuta ativa do corpo, ajuda a libertar emoções retidas:
3. Ritual de Libertação Emocional
A escrita é uma ferramenta poderosa para processar emoções reprimidas.
Após a prática física, recomendo experimentarem este ritual para finalizarem o vosso processo em total consciência:
- Pega num papel e escreve tudo o que sentiste durante a prática.
- Anota crenças limitantes, ressentimentos ou medos que ainda carrega.
- Lê em voz alta e permite-te sentir cada emoção.
- Queima o papel, observando o fogo transformar o peso em cinzas.
- Finaliza com um momento de gratidão pelo espaço interno que se abriu para novas experiências.
Caminhando com Mais Leveza
Quando escolhemos largar o que já não nos serve, criamos espaço para novos pensamentos, emoções e oportunidades.
Assim como não faz sentido carregar uma mochila pesada numa caminhada curta, também não precisamos carregar dores e crenças que nos impedem de viver plenamente.
Ao longo desta semana, convido-vos a experimentar esta sequência de práticas, com base nestas duas perguntas:
- Que emoções ainda carrego que já não me fazem falta?
- Que emoções estou pronta a largar, para caminhar mais leve?
A libertação emocional é um processo contínuo e transformador. Permitam-se vivenciá-lo com leveza e amor.
Se tiverem alguma questão podem sempre enviar-me uma mensagem privada.
Se o conteúdo deste artigos vos fez sentido, e ajudou, não se esqueçam de partilhar com outras mulheres que estejam a precisar de o ler.
Com Amor,
Su